sábado, 21 de maio de 2011

Samba de Stanford

   O final da tarde de quinta-feira foi marcado por festa brasileira no Stanford Center for Latin American Studies. O folder não trazia muita informação, mas achei que era um evento pequeno e uma boa oportunidade para conhecer o local. Esqueci que "this is America". Há duas quadras do endereço, já dava para ouvir o som de música cubana. Pensei em desistir, mas já tinha ido até lá e às 5:30 a freeway estaria um caos. 
   Desci e me deparei com uma festa no jardim. Duas mesas enormes na entrada estavam abarrotadas de comida brasileira. Tinha muita gente, a maioria professores e alunos. A banda encerrou sua apresentação e entendi o que ela fazia lá, grande parte dos pesquisadores do Centro é originário da América Central.Terminada a apresentação, o anfitrião chamou o grupo de Capoeira da Universidade. A partir daí, começa a festa brazuca, com direito a coxinha de galinha, feijoada, pão de queijo, roda de capoeira e samba.  
   Para não me deixar esquecer onde estava, dois cabeções ao meu lado discutiam a "Bolha Tecnológica". Pois é, desde a abertura das ações do Linkedin, o povo por aqui começou a se questionar se a piazada não estaria se achando demais. Esqueci o Maculelê e fiquei escutando a conversa. Resumindo a ópera, eles  falavam sobre a sobrevalorização das companhias de tecnologia e a existência real desse monte de dinheiro. Se você passar em frente ao puxadinho onde funciona o Linkedin aqui no Vale talvez também comece a pensar nisso. Eu pensei. Tudo bem que informação hoje em dia vale muito, está aí a importância da empresa, mas a pergunta do momento é: quanto?
   A gente sabe que o americano é meio catastrófico, né. O assunto começa na bolha de TI, vai para a bolha imobiliária (o americano médio, definitivamente, ainda não se levantou desse tombo, se recuperaram como sempre fazem, mas dá para ver o medo nos olhinhos toda vez que tocam no assunto) e termina no bolha do  Schwarzenegger, que fez um Arnoldinho com a housekeeper e agora não sai das manchetes. É meu filho, na Califórnia, terra das celebridades, nem Doutor perde piada sobre ex-terminator-governator. 
      Okay, a conversa acabou, a capoeira acabou, e o diretor voltou ao palco para anunciar a próxima atração: Samba! Duas bonitonas vestidas (?) em tangas e penas adentraram o jardim e a galera delirou. Após o remelexo, elas voltaram para interagir com o público. É legal de ver, nesse ponto o americano sabe se divertir muito mais que o brasileiro. Nesse tipo de situação, a gente se encolhe e fica morrendo de medo de passar vergonha. Eles não têm esse pudor, não tem medo do ridículo. Foi todo mundo para a roda fazer trenzinho e tentar sambar. 
   O final da tarde foi divertido, todos pareciam estar curtindo, mas ninguém como o tiozinho do vídeo. O deleite do tiozinho com a cultura popular brasileira roubou a cena e encerra o post e a semana. Aumenta o som e bom sábado!

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