sexta-feira, 27 de maio de 2011

G8 + FB

   Sabe onde o menino Zuck está agorinha? No G8! Está lá lutando pelo nosso direito à internet livre e rápida. Queridinho! Interesse particular? Não, nenhum. Posso repetir a pergunta? Não resisto... Sabe onde o menino Zuck está enquanto eu escrevo e você navega no Facebook? No G8! 
   Eu não sei quem conseguiu aquela credencial bonitona para o garoto. O que eu sei é que nos últimos quatro meses o Obama esteve duas vezes por aqui tomando cafezinho com ele. Sério, às vezes acho que ele ama mais o Zuck do que a Michelle. Se o Zuck tivesse um Orkut certo que o Obama seria fã dele. Eu também seria se estivesse tentando a reeleição nos Estados Unidos e tivesse um infantofriend com um curral de  mais de 150 milhões no país. 
  O mais engraçado de tudo isso é que o Donald Trump acha que pode ir para a Casa Branca só porque é ricão. É meu filho, bilhão por bilhão ainda acho que o pato acaba servindo cafezinho no gabinete do Mr.  Zuck boy. 
   A propósito, sabe por onde anda o menino Zuck? Tá bom, parei. É que eu tenho que repetir para mim para ver se entendo. 
 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mais 24 horas

   Os funcionários estrangeiros da Yahoo, incluindo aí um punhado de brasileiros, estão marcando X em seus calendários. A empresa, que demitiu cerca de 600 funcionários às vésperas do Natal de 2010 (Hohoho!) e terminou o despejo em janeiro deste ano com mais 150, está impedida de solicitar vistos da categoria H*.


   De acordo com a lei de imigração norte-americana, companhias locais não podem solicitar novos vistos desse tipo por seis meses após um lay off. A recusa tem sentido: Colocou um monte de americano na rua e agora quer dar emprego para estrangeiro? Aqui não, negão.
   Uma das etapas do burocrático processo de contratação de um forasteiro é justificar a necessidade dele na empresa. Além de ressaltar as qualidades do profissional, as cartas, invariavelmente, afirmam não ter sido possível encontrar nerd com tal qualificação por aqui. Bom, não precisa nem dizer que depois de chutar 700 para a rua fica difícil.
   Então, vamos lá, hoje já contam três meses. Otimismo! Só faltam mais três! Boa sorte, principalmente aos brasileiros da fila!

* O visto H traz consigo a tão sonhada permissão de trabalho. É diferente do visto L, de transferência interna por companhia norte-americana. Quando com visto L, o funcionário tem autorização para trabalhar somente para a empresa que o trouxe para cá. A categoria H lhe dá o direito de ser contratado por qualquer um, o que aumenta a sensação de segurança do estrangeiro e também o poder de barganha na hora, por exemplo, de negociar salários. Outro dia falo mais sobre isso.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Fim do Mundo no próximo Outono

   Harold Camping finalmente saiu da clausura e, ontem, falou com a imprensa basicamente para explicar o que nós ainda fazíamos aqui. Se você nunca ouviu falar, esse é aquele vovô-profeta, aqui de Oakland, que é a cara do Plínio de Arruda Sampaio e previu o fim do mundo para o último sábado, 21 de maio. Sem noção! Como é que o cara marca uma data? Noventa anos morando na Bay Area e não aprendeu com os $Bi-vizinhos que os programas sempre atrasam. Pior, remarcou. De novo? Segundo ele, estamos em julgamento já há quatro dias e assim permaneceremos até o próximo 21 de outubro. Sério, vou oferecer meus serviços. Lição 1: não divulgue a data até ter certeza que a equipe vai conseguir entregar tudo a tempo (geralmente, não). É muita gente para julgar, já imaginou a trabalheira? 

   Então, pode divulgar: Fim do Mundo deve chegar no próximo Outono. 
                                                                                                 By  HC




Quem é quem: Se você disse que o da esquerda era o Plínio em sua Propaganda Eleitoral e o da direita era o Camping em sua Propaganda Apocalíptica, errou.

Só mais uma: - Vovô, por que orelhas tão grandes? É para escutar as mensagens de Deus melhor, meu filho. 

Tchau! See you next Fall!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Maker Faire 2011

   O braço Bay Area da Maker Faire 2011 aconteceu no último final de semana, em San Mateo. Que era grande eu sabia, mas só estando lá para entender a proporção do evento, que acontece também em Detroit e New York. Domingo, 13h, todas as ruas fechadas, estacionamentos lotados e muita gente pelas ruas. Quarenta minutos depois, conseguimos uma vaga para o carro, há cerca de um quilômetro do Centro de Convenções.
   Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e, algumas vezes, era difícil decidir o que era mais interessante, produtos ou produtores. Enquanto carrinhos de cupcakes, robôs, oficinas de tricô, cidades de Lego e centenas de tendas de junk food disputavam a atenção dos visitantes, as impressoras ganharam um pavilhão só pra elas e pareciam as queridinhas da edição. A novidade: impressoras 3D, já disponíveis para o consumidor doméstico disposto a pagar cerca de US$ 1,300, e as impressoras de corte à laser, que se exibiam fazendo de tudo - de convite de casamento à cadeira. 


   Na área externa, o quiosque do Google estava sempre lotado de gente  interessada em assistir às palestras ou simplesmente curiosa para ver os robôs controlados pelo Android  (tentei fazer não parecer um trocadilho safado, mas não posso mudar o nome do sistema operacional dos caras). No pavilhão principal, espaço para todo o tipo de fazedores de qualquer coisa: era uma mistura de Artesanato do Largo da Ordem e Feirinha de Ciências, com bijuteria, fliperama, NASA, cerâmica, HP, miniaturas de palito de dente, ONG contra o lixo tecnológico e Associação de radioamadores. 


   Além de todas as novidades e do evento em si, legal foi ver o incentivo a qualquer tipo de invenção. Qualquer expositor, por mais absurdo que pareça, é respeitado nem que seja somente pelo esforço e pela coragem de estar lá. 
   Hoje, depois de encerrado o evento, rolou uma palestra para ensinar como promover uma Maker Faire. Tinha gente de tudo quanto é quanto, inclusive dos nossos concorrentes emergentes Índia e China. Do Brasil não ouvi falar. Alguém se habilita?
   Se quiser um pouco mais, clique aqui e veja muitas fotos e alguns vídeos. Divirta-se!

sábado, 21 de maio de 2011

Samba de Stanford

   O final da tarde de quinta-feira foi marcado por festa brasileira no Stanford Center for Latin American Studies. O folder não trazia muita informação, mas achei que era um evento pequeno e uma boa oportunidade para conhecer o local. Esqueci que "this is America". Há duas quadras do endereço, já dava para ouvir o som de música cubana. Pensei em desistir, mas já tinha ido até lá e às 5:30 a freeway estaria um caos. 
   Desci e me deparei com uma festa no jardim. Duas mesas enormes na entrada estavam abarrotadas de comida brasileira. Tinha muita gente, a maioria professores e alunos. A banda encerrou sua apresentação e entendi o que ela fazia lá, grande parte dos pesquisadores do Centro é originário da América Central.Terminada a apresentação, o anfitrião chamou o grupo de Capoeira da Universidade. A partir daí, começa a festa brazuca, com direito a coxinha de galinha, feijoada, pão de queijo, roda de capoeira e samba.  
   Para não me deixar esquecer onde estava, dois cabeções ao meu lado discutiam a "Bolha Tecnológica". Pois é, desde a abertura das ações do Linkedin, o povo por aqui começou a se questionar se a piazada não estaria se achando demais. Esqueci o Maculelê e fiquei escutando a conversa. Resumindo a ópera, eles  falavam sobre a sobrevalorização das companhias de tecnologia e a existência real desse monte de dinheiro. Se você passar em frente ao puxadinho onde funciona o Linkedin aqui no Vale talvez também comece a pensar nisso. Eu pensei. Tudo bem que informação hoje em dia vale muito, está aí a importância da empresa, mas a pergunta do momento é: quanto?
   A gente sabe que o americano é meio catastrófico, né. O assunto começa na bolha de TI, vai para a bolha imobiliária (o americano médio, definitivamente, ainda não se levantou desse tombo, se recuperaram como sempre fazem, mas dá para ver o medo nos olhinhos toda vez que tocam no assunto) e termina no bolha do  Schwarzenegger, que fez um Arnoldinho com a housekeeper e agora não sai das manchetes. É meu filho, na Califórnia, terra das celebridades, nem Doutor perde piada sobre ex-terminator-governator. 
      Okay, a conversa acabou, a capoeira acabou, e o diretor voltou ao palco para anunciar a próxima atração: Samba! Duas bonitonas vestidas (?) em tangas e penas adentraram o jardim e a galera delirou. Após o remelexo, elas voltaram para interagir com o público. É legal de ver, nesse ponto o americano sabe se divertir muito mais que o brasileiro. Nesse tipo de situação, a gente se encolhe e fica morrendo de medo de passar vergonha. Eles não têm esse pudor, não tem medo do ridículo. Foi todo mundo para a roda fazer trenzinho e tentar sambar. 
   O final da tarde foi divertido, todos pareciam estar curtindo, mas ninguém como o tiozinho do vídeo. O deleite do tiozinho com a cultura popular brasileira roubou a cena e encerra o post e a semana. Aumenta o som e bom sábado!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Linkedincidio na madrugada

   Queria postar um vídeo hoje, mas, infelizmente, não tenho como recuperá-lo. É sobre o telejornal do Kron 4, que começa às 4:30. O formato é de boletim e as notícias se repetem dezenas de vezes até o seu final, às 6:30. Vou tentar descrever o que vi hoje, perto das 5:00, e espero dar a dimensão, porque que foi MUITO engraçado. 
   O âncora, Mark Danon, chamou a matéria sobre a abertura das ações do Linkedin na Bolsa de Nova York. Quando voltou para o estúdio, ele estava muito indignado e o comentário/desabafo foi mais ou menos assim: "Não consigo entender como esses caras conseguem fazer tanto dinheiro".  Parecia que ele queria matar cada um dos moleques. Sua colega de balcão, Darya Folsom, que estava encolhidinha, ainda acordando, arregalou os olhos, aumentou o tom da voz e soltou um mega longo "Me tooooo!". Eles ainda seguiram com mais dois ou três comentários, que acabei perdendo enquanto ria da espontaneidade da dupla. Detalhe: eles se referiam ao valor inicial obtido com a oferta pública de ontem, US$ 45. A essa hora, 10:30, e com o preço batendo os três dígitos espero que o incrédulo apresentador da madrugada passe bem.
  Sério, ele parecia muito frustrado, fiquei com  pena. O  cara trabalha no horário mais desgraçado do jornalismo, além de ter que trocar o dia pela noite e apresentar o jornal para meia-dúzia de insones, tem que noticiar, quase que semanalmente, um novo piá milionário na vizinhança. É muita cruz! 
   Colega, eu também não sei como eles fazem tanto dinheiro, mas acho que ambos sabemos bem como não fazer: escolha ser jornalista.
  

terça-feira, 17 de maio de 2011

Do meu tamanho

   Estava lembrando da década de 90, quando os meninos usavam calças largas e sentiam-se mais poderosos quanto menor o celular. Os anos 2000 chegaram, as calças ficaram justas e os telefones gigantes. Okay, sei que com o tempo a gente se acostuma, mas vai dizer que aquele tijolo no bolso não acaba com qualquer look? Para as meninas, pior, mata 1/3 da bolsa de festa. 
   Há tempos pensava nisso e me sentia uma voz solitária. Como ninguém se mexia, achei que havia algum empecilho tecnológico. Mas, não! A HP acabou de lançar no mercado norte-americano seu small smartphone, que, na minha opinião, por ser pequeninho é ainda mais esperto.  Coragem pura da  empresa, que além de remar contra a maré dos grandalhões, ainda o fez no primeiro lançamento estampando sua logo nos produtos Palm. 
   
   Eu experimentei e gostei, é fininho e cabe na palma da minha mão, é metade da maioria dos primos compridões e a tela continua com tamanho bacana.  Passou no teste do bolso e da bolsa, invisível mesmo.   O bom é que tem teclado físico, não gosto do virtual. Acho que essa história vai acabar numa geração mutante - todo mundo com o dedo indicador virado num tolete. 
   Ah! Tem GSM! Não ria, é sério, isso é raridade por aqui. E tem em branco, o que me faz pensar em... Claro! Já imaginou se o Papa lança um desses? Seria o maior fiasco da história. Afinal, para que Apple se ninguém vai ver eu tenho um?


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Apple Amusement Church

  
   Dá uma olhada nessa foto. Foi tirada ontem, em um shopping, em San Jose. Quando eu vi o tumulto achei que estava acontecendo algum evento especial, lançamento, promoção. Entrei, lógico! Não dava para andar dentro da loja; não dava para chegar perto de nenhum produto, pois todos estavam envoltos por cinco, seis pessoas.
   E sabe o que estava acontecendo? nada! A loucura era só para chegar perto, pegar, experimentar. Pais esperavam seus filhos brincarem com os jogos, adolescentes piravam com os iPads. Ninguém parecia comprar nada, era um grande parque de diversões. 
   Poxa, estamos no Vale, o povo tem acesso à tecnologia. O que essa gente toda está fazendo aqui? - Domingo é dia de igreja, oras.
  Peguei minha incredulidade e me mandei de lá, deixando para trás centenas de fanáticos seguidores do Papa Steve e o meu nano Multi-Touch pink, que devo voltar para buscar em breve. Amém.

domingo, 15 de maio de 2011

Minha casa, minha vida

   Mark Zuckerberg acaba de realizar o sonho de todo o americano, comprou sua primeira casa própria. Pois é, o mocinho finalmente vai sair do aluguel e, além da comissão gorducha para o sortudo agente imobiliário, também deixou uma nova máxima para os consultores do Vale. Tente procurar casas por aqui e faça algum comentário do tipo "puxa, adorei, mas...". Pronto, está dada a deixa "Casa dos sonhos infelizmente não existe, senhora. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook (realy?), comprou uma casa de U$ 7 milhões e mesmo assim teve que reformá-la". Cinco agentes, cinco vezes a mesma história. 
  Não basta controlar a vida de meio mundo através da firma, agora até no meu apartamento de aluguel o menino vai entrar. Sério Zuck, não te adicionei.
   

terça-feira, 10 de maio de 2011

Deseja instalar as atualizações?

   Se o mundo gira em torno da tecnologia, o Vale do Silício depende dela para comer e pagar as contas do final do mês. Não é de se admirar que todos os dias os telejornais locais dediquem boa parte de seu espaço a ela. O que me surpreendia durante os quatro meses em que estou aqui, é a completa invisibilidade da Microsoft na agenda. Ficava com peninha do tio Bill, doou um monte de dinheiro achando que seria grandão para sempre. Também imaginava o que o povo do lado de lá da freeway estaria aprontando.
  E, nesta semana, eles voltaram às manchetes por um bom motivo. Aliás, 8 bilhões de bons motivos, dinheirinho que a Microsoft despendeu para engolir o, finalmente-vendido, Skype. Minha preocupação, agora, é sobre quanto tempo vai levar para eu desligar meu computador. Já imaginou se o Skype começa a ter o mesmo tanto de atualizações que o Windows?
  Tio Bill, minha mãe aprendeu somente uma coisa no computador até hoje: usar o Skype para poder falar com a filha que mora longe. Please, não quebre as pernas dela.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre passarinhos e outros ligeirinhos

   Finalmente, Twitter e Prefeitura de San Francisco chegaram a um acordo. A administração local tentava a todo custo manter a empresa, uma das poucas de TI a não se instalar numa das cinco milhões de cidadezinhas da Bay Area, por lá. O Twitter queria redução de impostos, a Prefeitura estava disposta a um acordo, sempre apostando na criação de empregos pela companhia.
   A novela teve todos os elementos da democracia americana, discussão, debate na TV e, no dia da votação, manifestantes prós e contra soltando suas vozes e empunhando cartazes (antes de vir para cá eu jurava que a Dona Vlanir, em sua vendinha no IAPI, em Porto Alegre, era a única no mundo que ainda vendia cartolinas). Venceu a Prefeitura, e o passarinho ficou por lá.
   Na mesma linha, o prefeito Ed Lee decidiu guardar 50% dos empregos da construção civil para residentes da cidade. Semanas depois, a surpresa: muitos trabalhadores, boa parte deles originários do México e outros países mais ao sul (really? Existe algo depois do México? - Minuto de silêncio.) estavam emprestando o endereço de amigos e parentes em San Francisco para comprovar residência local.

   Democracy: from the Greek, "rule of the people".
   Democracia: do latino, "Regras são para sempre descumpridas".