quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pandora: a fantástica caixa de música

  Um dos meus brinquedinhos preferidos, a Pandora, está comemorando a marca de 100 milhões de usuários nos Estados Unidos. Eu adoro, recomendo e uso muito o serviço de rádio via internet mais inteligente que já conheci - infelizmente ainda sem previsão de expansão internacional.    A empresa, no mercado desde 2000, desenvolveu o Music Genome Project e, segundo ela, tem a missão de tocar somente músicas que você ama. Promessa feita e cumprida. 
   A diferença dessa para as outras rádios online é o poder de desenvolver suas próprias estações, podendo ser até cem diferentes por usuário. Funciona mais ou menos assim: você cria sua conta, digita o nome de uma música, artista, álbum ou gênero e cria uma estação. Por exemplo, Beatles. A partir daí, o programa seleciona uma série de outros artistas relacionados à banda, considerando um complexo cruzamento de informações, que inclui gênero, melodia, instrumentos, seleção de outros usários, etc. 
   Pronto, está feita sua estação. Criada, mas não finalizada. A Pandora lhe oferece músicas em comum com a banda escolhida, mas não o obriga a escutá-las. Durante a execução, você pode aprovar a canção sugerida - o que a reforçará no seu banco de dados e ajudará a criar uma nova teia, ou desaprovar, interrompendo imediatamente sua execução e retirando-a da sua lista. Com o tempo, seu playlist vai sendo aperfeiçoado, aí é só apertar play e curtir as músicas que realmente gosta. 
   Com internet no celular fica ainda melhor, acabou essa história de passar as músicas de um dispositivo para outro, ou de não ter aquela que gostaria porque esqueceu de copiá-la. E, tudo isso, de graça! O mínimo que eu poderia fazer era uma propagandinha. 



quinta-feira, 7 de julho de 2011

Na Califórnia é diferente

   É verão na Califórnia e, ao contrário do que dita o senso comum, descobri que nerd no Vale do século XXI é magro, usa bermuda, vai para a praia e fica doidinho procurando uma desculpa para fugir do escritório e ir para  o sol. É interessante ver como os esteriótipos nos levam à criação de expectativas e, até mesmo, de universos paralelos. Às vésperas de minha mudança para cá, esperava me deparar com um cercadinho geek coalhado de meninos branquelos acima do peso. 
   Talvez isso fosse verdade se o Vale do Silício tivesse se desenvolvido em outra região, mas na Califórnia é diferente, irmão. A cultura do californiano é outdoor, eles amam ir para os parques, praticar esportes, fazer churrasco, curtir a praia, a natureza. E com esse clima, com esse céu azul de doer o olho, até mesmo o mais bitolado cede à tentação e leva seu tablet para o banco da praça. 
   Parte dessa mudança também deve-se às companhias locais, que redefiniram a concepção de ambiente de trabalho. Usar camisa deixou de ser sinônimo de competência e repeito e, em alguns casos, é até meio estranho. Andando por aí, a gente se depara com gerente de cabelo colorido, vice-presidente vestindo Converse e desenvolvedor calçando chinelos de dedo. E se as empresas oferecem academia de ginástica, o cara fatalmente encontrará seu supervisor de regata, embebido em suor, após uma corrida. Que diferença faria uma camisa de mangas longas cinco minutos depois?
     Calça social? Sim, ainda é possível encontrá-las vagando por aí, mas sempre acompanhadas de uma camisa de manga curta, estampada com flores gigantes e coloridas. Tudo! Geralmente são os tiozinhos que as vestem e, vou te dizer, elas combinam perfeitamente com eles: meia-idade, nenhuma ruga na cara, cuca fresca, e uma tranquilidade em relação à vida que só quem cresceu por aqui poderia ter. 
    Então, meu amigo, se você vier nos visitar e me perguntar o que colocar na mala, pensarei por um bom tempo e não saberei te responder. Simplesmente, porque não importa. Basicamente, porque ninguém vai se incomodar com suas roupas. Principalmente, porque você está na Califórnia, irmão, e aí tem muito mais para se olhar do que uma camisa amassada de viagem. 
   Vou para a rua porque o dia está lindo...