quarta-feira, 8 de junho de 2011

A tendinha da NASA

   - Vamos? 
   - Vamos.
   - Se formos vou perguntar.
   - Tá bom. 
   - Estou falando sério.
   - Você não teria coragem.
   - Teria... Vamos mesmo assim?
   - Aham.
   E lá fomos nós em direção à NASA, conhecer o local onde, entre outros, foi construído o telescópio Hubble. Estava animada, a NASA é daqueles lugares que mesmo quem não dá a mínima para o assunto tem que ir. Eu a conhecia mesmo antes de ser alfabetizada, quando coloria foguetinhos impressos na folha mimeografada distribuída pela professora do colégio de freira.
   Chegando lá, encontramos uma tendinha com uma placa, onde se lia: "Centro de Recepção de Visitantes". Seguimos, imaginando que lá seria o local de registro, pagamento, enfim. Entramos e... Surprise! Ali era a NASA, era o museu para o qual fomos "cedinho para dar tempo de ver tudo sem pressa". Juro, a lona do Grande Circo de Moscou é maior.
   Pelo menos era free. Aliás, se for "for free", aqui, desconfie. Dentro, algumas fotos; roupas de astronauta da década 70 (o cara tinha que ser muito macho para encarar o espaço vestindo aquilo); réplica do interior da Estação Internacional; meia-dúzia de objetos inventados graças às pesquisas espaciais, capacete para ciclista, travesseiro (não devia ser tão bom, pois nao era o do Marcos Pontes) e outras quinquilharias.
   Mais alguns passos e lá estava a salinha, meia-luz, paredes plotadas com imagens lunares, miniatura de nave no cantinho e, ocupando o lugar de destaque, protegida pelo vidro grosso, ela - a pedra da Lua. 

   
   Como sempre, um senhorzinho estava a postos, pronto para exaltar o feito e esclarecer qualquer dúvida ou curiosidade. Geralmente, os recepcionistas são aposentados e voluntários. Quinze minutos de  falatório incluindo dados técnicos, peso, temperatura. Os últimos ele converteu para nós. "Pelo sotaque, vocês devem ser europeus, entao vou falar em quilo e Celsius". É meu bem, se voce não traz nenhum traço Asteca no rostinho ou cabelinho preto e liso, automaticamente atravessa o Atlântico. 
   Tiozinho super simpático, atencioso, até que o marido se sente confortável e manda: 
   - Quem tirou a foto?
   - O outro astronauta.
   - Ele desceu com a câmera? 
   - Talvez tenha sido da janela.
   - Mas a foto parece panorâmica, não? Janela grande...
   - Talvez a máquina que ele usasse possibilitasse isso ou o ploter seja uma junção de várias fotos.
   - I see... Tipo uma montagem?
   - Uma montagem só para fazer o ploter. Anything else, guys? Obrigada por visitar a NASA e até logo. 

   O tiozinho ficou lá, com cara de "malditos europeus" e o marido com sorrisinho de canto de boca "falei que era mentira". Ganhou o dia.

Yes, nós temos lojinha
   Não importa o tamanho ou o motivo da atração, haverá sempre uma lojinha de bugigangas  no final do corredor. Camisetas, bonés, canetas, chaveiros são clássicos em todas. As variações são o que o fazem deixar seus 30 dólares por lá. A da vez é a comida de astronauta. Comprei e ainda não tive coragem de provar.


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