terça-feira, 14 de junho de 2011

Orkut Remake?

   O tráfego do Facebook começou a cair nos Estados Unidos e no Canadá, segundo anunciou ontem o Inside Facebook Gold. Na contramão, países onde a febre começou tarde crescem a todo vapor. Entre eles está o Brasil, com 19 milhões de usuários em junho e o maior crescimento da lista nos últimos 12 meses: 300.3%. O segundo colocado é a Tailândia, com distantes 132.9%. 
   Quando começou nos Estados Unidos, o Facebook carregava consigo a qualidade da exclusividade. Possuir uma conta na rede social era como vestir o uniforme de algumas das mais importantes universidades do mundo, entre elas Harvard, Stanford, Yale e Columbia. Com o tempo e com a mãozinha de Sean Parker, co-fundador do Napster, os garotos começaram a visionar a rede como uma conexão para o mundo. Para os estudantes das prestigiadas escolas foi mais ou menos como se associar ao Country Club e acabar no Piscinão de Ramos.
   Nada contra o Piscinão, mas o fato é que o FB virou pop, assim como aconteceu com o Orkut no Brasil há alguns anos. Lembro lá pelos idos de 2005, quando meia-dúzia de superantenados amigos começaram a me falar sobre isso. Recebi convite para entrar. Coisa fina. Acontece que, quando me convidou, minha amiga me deu acesso e poder para chamar quem que quisesse também. E assim crescia a bola de neve.
   O Orkut ficou popular.Não só isso, as pessoas deliraram com a possibilidade de sharear informação e perderam completamente a noção de até onde ir. Virou terra de Malboro e cult não anda à cavalo.  Descobriram o Facebook, porque falavam inglês e tinham um ou outro amigo estrangeiro. Um ganhou o convite e levou só seus amiguinhos cool, tudo sussurrado ao ouvido para que o povo do guarda-sol  ao lado  não ouvisse. Não adiantou...
   O Orkut morreu! Morreu, que ironia, pelo excesso de informação, o bem mais cobiçado do momento. O brasileiro está sedento, agora, pelo FB e começando a cometer os mesmos erros do passado. Nos Estados Unidos, onde a maioria - acredite - nunca ouviu falar de Orkut, o Facebook começa a trilhar o mesmo caminho de seu antepassado. Cíclico, previsível. 
   A grande diferença é que o Orkut nunca alcançou o status que o Facebook tem hoje, nunca movimentou tanto dinheiro, teve tanto poder. O Orkut perdeu e isso não mudou a vida de ninguém. Estaria o Facebook cavando sua própria cova também? Porque no fundo, no fundo, o mundo todo ama a falta de privacidade alheia, não a sua própria. Os Estados Unidos e o Canadá estão começando a entender isso agora. O Brasil já deveria ter aprendido, mas Brasil é Brasil, né...

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